
“É uma loucura não reconhecer o modo como vivem milhões de pessoas. Bento XVI deve reconhecer também as famílias que são diferentes”, indicou o diretor numa entrevista que será publicada em breve no semanário alemão e que foi avançada pelo diário italiano “Il Corriere Della Sera”.
Almodóvar recomenda a Ratzinger que dê uma volta “fora do Vaticano e veja como são as famílias de hoje”, recordando que elas podem ser compostas por “pais separados, travestis, transexuais” e até “freiras com sida” [a situação vivida pela personagem interpretada por Penélope Cruz no seu filme “Tudo Sobre a Minha Mãe”].
“Filmo há mais de 20 anos e nos meus filmes uma família é sempre um conjunto de pessoas em cujo núcleo há uma essência de que todos se ocupam”, acrescenta o realizador, citado no “El País”.
Esta não é a primeira vez que o diretor critica abertamente a igreja católica. Em 2004 realizou o filme “Má Educação”, em que narra – em tom autobiográfico – os abusos a menores cometidos por sacerdotes nos colégios do tempo do franquismo. Nessa ocasião concedeu uma entrevista ao “El País” em que disse: “Sou anticlerical, mas como indivíduo não tenho nenhuma necessidade de lutar contra a Igreja, porque para mim não é um fantasma do qual tenha que me defender. Acho que a Igreja espanhola atreve-se a dizer umas coisas na nossa sociedade que devemos rebater porque são muito perigosas, como por exemplo que a emancipação da mulher está relacionada com as mortes e com os maus tratos. É uma das coisas mais fortes que já ouvi contra a condição feminina”.
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