Laurie (Zoé Héran) é uma
menina que tem cerca de dez anos e mora com os pais e sua irmã caçula Jeanne.
Laurie tem os cabelos curtos e gosta de se vestir como homem, mas quando a
família é obrigada a mudar de cidade, Laurie é confundida com um menino por uma
garota da vizinhança e assim para seus amigos passa a se chamar Mickael. As
começam a ficar complicadas quando Lisa (a garota) se interessa por Laurie e
ela passa então a viver uma dupla identidade.
Filme francês de 2011 dirigido por Célline
Sciamma (Lírios D'Água).
Eu poderia ter escolhido outro filme para
celebrar o dia de hoje, mas Tomboy me tocou tão profundamente que não tive como
fugir. Aliás comecemos pelo significado de Tomboy: meninas que gostam de agir
como meninos.
Achei que seria pertinente falar sobre este filme
porque já que estamos em tempos de "cura gay", nada melhor que uma
obra que retrata a realidade de tantas crianças pelo mundo afora. Crianças que
não escolhem ser homossexuais, elas apenas são.
O filme é de uma simplicidade tocante. Laurie é
cativante, não existe ainda um conflito com sua sexualidade, entendemos que ela
é assim! E que atuação de Zoé Héran! No início ficamos sem saber se era um
menino, ou menina, apenas em uma rápida cena durante o banho é que tiramos a
dúvida.
A família é linda, o roteiro é como tem que ser:
aborda conflitos de crianças. Uma criança confundida com um garota e que vive
um dilema: as férias estão acabando e seu segredo corre risco, ela não quer que
ninguém saiba, principalmente Lisa.
Já vi muitas pessoas dizerem erroneamente em
"opção sexual". Acho que esse filme veio para confirmar que se trata
de uma condição, não se escolhe ser gay, lésbica, transexual, travesti, etc.
Fico realmente pensando na luta dessas pessoas desde crianças já predestinadas
a serem excluídas da sociedade, ou viverem de acordo com o "que é
certo".
Sem dúvidas eu recomendaria Tomboy para Marco
Feliciano e toda a bancada evangélica fundamentalista e homofóbica. Crianças
masculinizadas ou afeminadas não são aberrações e não estão doentes, e se os
filmes não servirem para pensar na nossa própria realidade, deleto
imediatamente este blog.
Bem, quero dedicar esta resenha a todos os meus
irmãos gays, lésbicas, trans, travestis, etc, pela coragem de se assumirem e
por travarem uma luta constante contra o preconceito que infelizmente impera na
nossa sociedade.
Muito amor para vocês!
Postado por Lidiana em 28/06/2013 em
fonte: o incrível Cine Toca dos Cinéfilos
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