22.7.09

Ontem (dia 19) fui à 12a Parada do Orgulho LGBTS de Brasília que, segundo a Policia Militar, reuniu 12 mil pessoas. Só não foi lindo por que os gays lindos de Brasília boicotaram a caminhada pela Asa Sul à Explanada dos Ministérios. Preferiram ficar em casa ou ir para a festa “Pool” da Lili (outra festa das Barbies) no Bay Park, inclusive meu namorado. Eu prefiro festa de graça.

Mas, foi muito emocionante. Quatro trios elétricos ao som do mais gritante bate-cabelo levaram a multidão ao delírio e conseguiram PARAR TUDO! no centro de Brasília. Demos uma volta inteira na Rodoviária, algo inusitado, na intersecção essencial para fluxo de toda a cidade. Obrigamos muita gente a ficar algumas horas em seus ônibus e carros para engolir nosso grito de orgulho.


Interessantíssimo foi ouvir do som de um carro uma mulher dando ordens à PM para liberar passagem (“PM, agente tem autorização para dar a volta na Rodoviária! Motorista, pode seguir em frente!). Tanta moral deve ser por que o evento é patrocinado pela Brasília Tur, uma empresa que anda canalizando grande parte da verba destinada à cultura da cidade e de propriedade do Vice-Governador Paulo Otávio, manda-chuva de Brasília, alguns diriam o Rei de Brasília, dono de tudo e marido da filha do Juscelino Kubitschek. Na moral.

Falando em cultura, senti falta da própria diversidade da comunidade LGBTS. Vi quase nenhum Bear/ Urso, pouco das Lésbicas, tímidas Barbies, quase zero de Príncipes e Bissexuais e as Transex estavam muito pouco glamurosas. Quase nenhuma faixa deles. Tanto bate-cabelo só poderia mesmo atrair as bichas bate-cabelo, que foi a grande público presente, a periferia corajosa, longe de casa, que se tivessem tocando Calipso super se sentiriam em casa. Só tinha bate-cabelo.

Nada contra Beyonce bombando no coração de Brasília (foi fantástico!, alias, bem na hora que entramos na Rodoviaria, a pista de dança mais loca do mundo). A única coisa que eu ouvi de diferente na trilha sonora foi que colocaram duas músicas da Ivete Sangalo, que também não deixou de ser um bate-cabelo. Que bom que a música brasileira teve essa becha e que bom que a Ivete foi a representante.

Eu que já fui à Parada de São Paulo umas 6 vezes posso dizer que a de Brasília é muito mais civilizada. Não vi gente passando mal, gente bêbada caindo no chão, hétero caçando seila-oque e manos prontos para um bate-carteira. Era só sorriso. Houve até amigo reclamando a falta de cerveja, mas eu agradeci. Ninguém merece.

Enfim, fui para me divertir e também para agregar meu grito de liberdade à esse movimento. Refleti muito sobre o motivo daquilo tudo, como sempre fico filosofando, e reconheço a importância de uma vez por ano agente botar a cara na rua, em massa, e gritar nossa existência, principalmente na capital do pais. Não posso julgar quem não foi, mas parabenizo a todos que foram. O orgulho é mesmo difícil de ter, com tanta segregação e preconceito na cultura brasileira, mas é essencial para quem quer viver a liberdade. Lindo mesmo é ver meu pais caminhando em direção à liberdade.

12º parada do orgulho LGBTS de Brasília, do mundo louco para todos!

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­Ss##########


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